sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

11/12/2011 – Karlstejn, República Tcheca

Nada como uma noite bem dormida em uma cama confortável. Acordamos às 7h20, tomamos café da manhã no hotel (alias, muito bem servido )  e fomos a pé até o terminal de trem Hlavini nadrazi, o principal da cidade, onde vamos pegar o trem para Karlstejn para conhecer o castelo do século XIV que leva o nome da cidade.
Aqui no inverno, como o sol demora pra nascer, conseqüentemente a manhã é bem fria, mas já estamos bem vacinados de frio europeu.
O terminal de trem Praga Hlavini é maravilhoso, muito moderno, grande, muitas lojas, painéis digitais mostrando horários de chegada e partida dos trens, o guichê para compra de bilhetes parece mais uma agência bancária, com mesas, computadores e vários atendentes.
Como é nosso primeiro dia de viagem de trem, tivemos nosso Eurail Pass carimbado pela primeira vez e marcamos a data de inicio da validade e o término que será 01/01/2012, ou seja, serão 21 dias corridos para viajar de trem pela Europa sem ter que pagar mais nada.
O sistema ferroviário europeu é maravilhoso, os trens tchecos são tão modernos quanto os alemães, possuem 2 andares, painéis digitais internos mostrando o horário e a próxima estação que o trem irá parar além da pontualidade, pois saímos de Praga exatamente às 8h40 como estava marcado. Foram 40 minutos de viagem até Karlstejn.
Chegando em Karlstejn, me veio na memória Brugges (cidade da Bélgica), que conhecemos no ano passado, onde na ocasião pegamos um trem de Bruxelas e uma viagem de pouco menos de 1 hora chegamos numa cidade interiorana pequena, com rios e casinhas medievais.
Karlstejn parece mais um vilarejo que cresceu em torno do castelo, com placas por todo lado mostrando a direção do castelo aos turistas, foi fácil chegar, mas também as ruas cheias de lojinhas e restaurantes (fechadas, pois era domingo pouco mais de 9 da manhã), rodeada de montanhas e árvores, assim fica fácil de caminhar até na ladeira mais íngreme para chegar até o maravilhoso castelo.
Ao chegar no castelo parecia que tínhamos entrado numa máquina do tempo, com as estruturas muito bem preservadas, me senti realmente no século XIV quando o castelo foi construído e me veio em mente todos os filmes medievais e contos de fadas onde príncipes e princesas subiam o morro de carruagem até o castelo. Todo o esforço valeu a pena.
Compramos ingresso para visitar o castelo com guia em inglês (só é possível entrar no castelo com guia) que começou às 10h10 da manhã. Enquanto esperávamos chegar nossa vez, tomamos um café e um chocolate quente na frente do castelo para esquentar um pouco.
A guia nos levou junto com um grupo de umas 10 pessoas para conhecer a parte interna do castelo, a cada cômodo que entravamos era um suspiro e uma surpresa diferente, apesar de ser tcheca, a guia tinha inglês fluente e falava muito rápido com sotaque, muitas coisas acabamos entendendo apenas o contexto.
Todos os cômodos que entravamos, a guia abria e fechava a porta pesada com chaves enormes muito parecidas provavelmente com as originais. Impressionou-me que todos os cômodos tinham lareira, esse era a única maneira dos antigos moradores se aquecerem do frio no alto da montanha.
Não conhecemos o castelo inteiro, algumas partes estavam fechadas, talvez abram apenas no verão ou estavam em reforma. Achei interessante também que muitos cômodos tinham as paredes preservadas e eram originais de sua construção, algumas com madeira italiana. Dentro do castelo vi também o primeiro quadro europeu de um negro, era de um rei egípcio.
A visita demorou cerca de 1 hora, pouco mais do previsto, pois tinha uma tiazinha tcheca muito chata que ficava explicando em tcheco para seus amigos tudo que a guia falava do castelo.
Infelizmente não era permitido tirar fotos na parte interna do castelo, mas entre alguns cômodos ao passarmos por fora do castelo, sempre dava pra tirar algumas fotos de lugares diferentes, um mais lindo que o outro.
Ao término da visita, fomos ainda numa torre onde vimos um poço enorme onde no passado os moradores do castelo usavam para pegar água limpa, além de uma vista deslumbrante da cidade lá do alto.


O caminho de volta para a estação de trem foi mais tranqüilo, afinal só tínhamos que descer as ruas, além disso as lojas já estavam abertas, era pouco antes do meio-dia. Paramos numa barraca para comer um Trdlo, comida típica tcheca feita num rolo quente e coberta de açúcar e canela, muito bom.
Chegando na estação de Karlstejn, pegamos o trem de volta pra Praga às 12h36.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

10/12/2011 - Frankfurt/Praga


O vôo foi cansativo, chegamos em Frankfurt por volta das 14h20, nosso vôo para Praga estava marcado e confirmado para 17h30, mas até que passou rápido.
Ao passarmos pela alfândega alemã, a policial fez algumas perguntas do tipo: “estão vindo de onde?”, “estão indo pra onde?”, “vocês trabalham com o que?”, “mostre as passagens aéreas de ida e volta”... por sorte, pela primeira vez vi uma alemã falando português. Além disso, estar preparado com todos os papéis e comprovantes na mochila vale a pena nesses momentos.
O aeroporto de Frankfurt é gigante e assim como tudo na Alemanha é também moderno, muitos funcionários educados e atenciosos, limpo, bem sinalizado, salas de embarque grandes, café e chocolate de graça para qualquer passageiro, realmente nos sentimos bem tratados e à vontade aqui, num aeroporto de primeiro mundo.

Sala de embarque espaçosa no Aeroporto de Frankfurt.
Máquina de café gratuita com cappuccino e chocolate também.
Enquanto esperava na sala de embarque, tentei  fazer uma ligação para a minha casa, mas sem sucesso, 
desperdicei meu primeiro Euro na Europa.

Pontualmente às 17h30 nosso vôo saiu de Frankfurt para Praga, no avião da Lufthansa, muito moderno alias, mas bem menor do que o Boeing que viemos de São Paulo para Frankfurt, interessante, pois também é um trecho internacional, mas apenas 40 minutos de vôo.

O aeroporto de Frankfurt parece estar dentro de uma floresta, muitas árvores ao redor, muito grande, nós pegamos um ônibus do terminal de embarque até o avião e depois o avião ainda andou bastante até a pista de decolagem.
Avião da Lufthansa no voo de Frankfurt para Praga.

Agência de câmbio no aeroporto de Praga, tivemos que trocar coroas tchecas.

Esteira rolante para pegar as malas, aeroporto vazio.
Chegamos em Praga às 18h30, pista de pouso pequena, aeroporto menor que o de Cumbica, mas muito moderno, bem sinalizado e extremamente vazio. Pegamos nossas malas nas esteiras muito rápido, trocamos cerca de 6000 coroas tchecas, pois só tínhamos Euro e Franco Suiço na carteira. Pegamos um guia da cidade e informação de como chegar até o centro.

Porém, não foi  tão fácil assim sair do aeroporto, o policial tcheco não foi com a nossa cara, nos parou, fez algumas perguntas e nos fez colocar as malas e mochilas no raio-x para ele ter certeza de que não somos brasileiros traficando algo. Após ele educadamente nos liberar, conseguimos então sair do aeroporto.
 
Como um bom viajante já experiente de Europa, não pegamos táxi dessa vez, o terminal de ônibus era anexo ao terminal, compramos então o bilhete de ônibus por 24 coroas cada nas máquinas que ficam na plataforma de embarque. Assim como as demais cidades européias que já passamos, em Praga também paga ônibus e metrô quem quer, ninguém fica monitorando ou cobrando você caso você pague ou não, o bilhete que compramos na máquina no terminal, validamos dentro do ônibus e este mesmo podemos usar durante meia hora em até 3 conduções. Como o ônibus nos deixou no Metrô, validamos então novamente o bilhete e pegamos o metrô até o hotel. Antes das 20hrs já estávamos no Hotel, isso sim é transporte público eficiente, barato e rápido.
Horários dos ônibus no terminal de ônibus do aeroporto de Praga.

 
O Hotel City Inn está próximo da estação do Metrô, caminhamos um pouco e ao chegarmos nele a primeira impressão foi de um Hotel mal-assombrado, mas sem problemas, não tenho medo de ser torturado ou morrer em Praga. Foi a primeira vez que conheci um hotel onde a recepção não era no térreo e sim no 2º andar. A recepcionista, muito simpática, comprovou a nossa reserva, passou todas as orientações e nos deu o cartão de acesso ao quarto 404.

Quartos de hotéis 2 ou 3 estrelas na Europa são sempre uma surpresa, digo isso pois se o quarto for muito bom então, a alegria de ter pago pouco é grande, porém se o quarto for ruim ou algo não agradar, dá então a sensação de “devia ter gasto um pouco mais e reservado um melhor”. Nesse quarto, o único detalhe “estranho” foi no banheiro, onde não tem chuveiro, mas apenas uma “torneirinha” no estilo de bidê para se lavar. (E eu achava que os franceses que não gostavam de tomar banho.)
Depois de arrumarmos as malas e outras coisas no quarto, saímos para jantar. Como a noite em Praga é muito fria (em torno de -2ºC), fica difícil para andar nas ruas depois das 9 da noite sem rumo, tentamos então entrar num bar, mas estava lotado, sem mesa disponível, isso já gerou uma boa impressão da cidade, pois era sábado a noite e indica que é uma cidade bem movimentada (diferente de Bruxelas, por exemplo).
Entramos então num restaurante próximo ao Hotel, pedimos um prato de entrada e depois um salmão de prato principal. Restaurante aconchegante, apesar dos garçons não falarem bem inglês, mas pelo menos tinham um cardápio em inglês, se fosse apenas em tcheco iríamos ter que arriscar algo ou passar fome mesmo. A grande surpresa pra mim foi a cerveja, uma marca típica tcheca, pedi um caneco de 500ml, um mix de cerveja clara e escura, não estava tão gelada, mas era tão suave que bebi até o último gole como se fosse o primeiro.


Depois do jantar: cama, afinal o dia seguinte será de muita caminhada e muitos lugares para se conhecer.

09/12/2011 - Going back to Europe


Há exatamente 1 ano (mais precisamente em 10/12/2010) estávamos fazendo nossa primeira viagem para a Europa e confesso: não imaginava que iríamos retornar tão rápido para o Velho Continente.
Chegamos ao Aeroporto de Guarulhos as 21h00, rápido, sem pegar muito trânsito. Fomos então ao balcão de check-in internacional da TAM, a fila não estava tão longa quanto a de vôos nacionais. O aeroporto estava lotado, horário de pico em Cumbica.
Depois de fazermos o check-in e despacharmos as malas, fomos à Pizza Hut que tem dentro do aeroporto junto com meu pai, minha mãe e Alanis, para comermos antes de embarcar. O vôo estava marcado e confirmado para 23h25.
Após comermos nos dirigimos ao portão de embarque, passamos pela PF sem problemas e ficamos esperando o horário de embarque do nosso vôo. Nesse momento a ansiedade já não era tão alta, pois estava dando tudo pontualmente certo e nada daquilo era novidade para nós.
Foi 1 ano de muito trabalho e 6 meses de planejamento. Pensar em todos os detalhes, datas, horários, cidades, pontos turísticos para visitar, tudo isso levou horas e muitas tomadas de decisões, mas enfim, a partir de agora tudo passa a valer a pena.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Cidade Luz

Olá!
Faz um tempinho que não posto nada e para isso eu não tenho desculpas!
Mas, vou fazer minha parte e escrever agora. Quem sabe, eu me redimo com vocês...
Está chegando o fim do ano. Mais um ano que passou voado, mas que vai deixar saudades (ao menos para mim). Isso me faz lembrar dezembro passado, quando foi a primeira vez que eu viajei para fora do país. Sim sim, muita gente sabe disso, porém, não custa relembrar: era meu sonho viajar para o exterior. O que talvez as pessoas não saibam é que a França não era meu objetivo inicial e, talvez por isso, tenha sido o primeiro país visitado na nossa pequena, porém, bem feita viagem!
Paris, para muitos é a cidade mais romântica da Europa, cidade de intelectuais, escritores, atores, autores, diretores e, é claro, romances infindáveis.
Pois é, eu não via graça nenhuma em Paris! Quem quiser me crucificar por uma infâmia dessas peço que espere mais um pouquinho, eu me explico.
Paris, em geral, me passava a sensação de ser a cidade da Torre Eiffel. Ponto. Só isso. Quando a cidade entrou para o nosso roteiro de viagem, eu pensei: “existem tantos outros lugares, porque Paris?”. Mas sabe, as opiniões podem mudar.
Chegamos lá no dia 11 de dezembro de 2010. A temperatura local era de aproximadamente 6°C. Poderia ser considerado um dia de tempo ameno, levando em conta que o inverno naquele ano havia chegado muito cedo e muito mais rigoroso que o esperado. Em suma, pior inverno dos últimos 100 anos na Europa!
Para nós, que não estamos acostumados com o frio, foi um choque ver a cidade-luz cinza! “Não era o que eu esperava”, pensava eu, olhando da janelinha do avião. Desembarcamos no aeroporto Charles de Gaulle, ou Roissy para os íntimos, com o céu nublado (leia-se nublado demais!), aparentando que alguma chuva havia caído há pouco tempo.
Diante disso, você pode pensar: ”agora sim, ela nem via tanta graça em Paris (ironia), vai odiar depois dessa”
Foi um grande engano pensar assim. Por tudo isso, logo de começo, acho que me apaixonei por Paris, ali, saindo do avião. Não tinha muitas cores, não tinha movimentações insanas (do tipo que costumamos ver nos finais de ano em SP)... Tinha só aquele aeroporto deslumbrante, calma e a certeza de que aquilo seria mágico. E sem dúvidas, foi.
Visto carimbado pela Policia Federal francesa dentro do Aeroporto Charles de Gaulle.
Esqueça toda a burocracia de passar pela imigração, carimbar passaporte, pegar as malas, ser revistado, ouvir mil perguntas sobre quem é você e o que você pretende ali. Foi mais difícil andar pelo aeroporto, que é enorme, do que passar pela imigração e tudo mais. Não é que seja um país desleixado, mas era algo muito rápido, muito bem feito, sem aquela paranóia de que todos ali são suspeitos de terrorismo. Fomos tratados como turistas e isso é... Simples!
O mais “chato” vem agora. Pegamos um táxi até o nosso hotel (poderíamos ter ido de metrô, sim, mas era a primeira vez na Europa, vamos pegar um táxi!). Apesar de o taxista ser muito educado e gentil, 130 euros se foram nessa brincadeira. Marinheiros de primeira viagem... Gostaria de ter lido um post sobre isso, antes dessa viagem (risos e mais risos). Tudo bem, tudo é experiência e serve como lição. (Algumas mais caras que outras!)

Mas ai Paris foi se abrindo para mim, sabe aquele sentimento de estar descobrindo alguma coisa realmente incrível? Sinta isso saindo do Roissy, percebendo cada construção na viagem até o hotel, que ficava no Montmartre. Começamos a ver coisas que, até então, só os filmes nos mostravam. Os bulevares, as avenidas, os bares, até o Stade de France. Sim, tudo tão lindo quanto no cinema. 
Vista do Stade de France (palco da final da Copa de 98) de dentro do táxi.

Eu, em uma das charmosas ruas na região em Montmartre, Paris.
E então seria o destino termos ficado ali, aos pés da colina que está associada a artistas há tanto tempo? Acho que não, Paris é uma estrela de cinema.
Visitamos a igreja Sacre-Coeur no primeiro dia, é uma visita que recomendo muito aos que pretendem ir à cidade. Ela fica no alto da colina mesmo, e te dá uma vista impressionante. A basílica que foi concluída em 1914 abriga a estátua “Virgem Maria e o Menino”, do escultor francês P. Brunet. Mas, só pela fachada romano-bizantina, já vale a subida. Aproveite e guarde na memória a estrutura interna da igreja, pois não é permitido fotografar lá.
Eu, na frente da maravilhosa igreja Sacre-Coeur.
 Na região há comércio voltado para turistas mesmo, com lojinhas de souvenires, lanchonetes (com variedades de recheios para crepes, muito bom) e para os desavisados do frio europeu, é possível comprar luvas, cachecóis, toucas por um preço razoável.
Nesse dia provamos da simpatia e amabilidade francesa. Nos perdemos e fomos muito bem auxiliados por comerciantes e pedestres mesmo. Muitos acham que os franceses não curtem falar inglês, eu não senti isso. Nem aquela coisa esnobe sempre associada a eles. Mas, isso é assunto pra outro post. Quem já foi e quiser comentar sobre, ficaria feliz em lê-los. Quem quiser tirar alguma dúvida, estou à disposição também!
Beijos e muitas viagens para todos!

domingo, 28 de agosto de 2011

Berlim

Aproveitando que nesse mês de agosto o Muro de Berlim completou 50 anos do começo de sua construção e as boas lembranças dessa cidade incrivel, quero dividir com vocês a minha experiência nos dias (poucos, infelizmente!) que passamos lá.

O que me marca bastante é que já estavamos bem perto do Natal e, contrariando o costume brasileiro de encher shoppings e lojas para compras de última hora, fui surpreendida por não poder entrar em uma galeria às 14h do dia 24, pois as lojas já estavam fechadas! Depois de algumas pesquisas e conversar por ai, descobri que o costume por lá e de se fazer as compras no final de agosto e assim evitando o corre-corre tão comum aos brasileiros nessas datas comemorativas.
Galeria na Alexanderplatz fechada na tarde de 24/12/2010.

A cidade, no geral, é cosmopolita como qualquer outra metrópole. Gente de vários cantos, cores, sotaques e costumes estão em Berlim o que não tira (de jeito nenhum) o peso da história alemã e mundial do lugar. Do portão de Brademburgo até a Ilha dos Museus, no centro, a energia reclama seu espaço para que a história não seja esquecida.

Altes Museum, um dos 5 museus que ficam em uma ilha em pleno centro de Berlim.
National-galerie. Museu dedicado principalmente a pintores alemães, também localizado na ilha dos museus.



Uma cidade moderna e que mantém seu passado muito vivo, essa é a melhor descrição que tenho para Berlim, um lugar que remete a sentimentos muito ambíguos, opostos. De um lado a loucura do 3° Reich, preservado em memoriais às vitimas da 2° Guerra Mundial, de outro a força de um povo que trabalhou muito para reerguer um país quebrado após 2 Guerras. A dualidade continua na guerra fria, com a construção do Muro que divide famílias, cidade e o mundo, mas não tira a vontade de se unificar novamente. Berlim é completa, é forte, é corajosa porque não esconde seus erros. É uma cidade que merece ser descoberta por completo, em todas as suas praças e avenidas e museus.

Estar em Berlim é sentir a energia de anos de lutas e tragédias, mas também de força e vontade de recomeçar.

Mas para deixar o clima mais leve nesse post, é legal também lembrar das feiras ao ar livre que acontecem no final do ano (alguma coisa próxima as nossas quermesses). São feiras com barracas onde são vendidos vinho e chocolate quente (muito bem vindo para amenizar as temperaturas baixissimas), pratos locais, lanches com salsicha ou liguiça, (diferentes das populares no Brasil). Além da parte gastronômica, também encontramos atrações para o lazer. como roda-gigante, pista de patinação, presépios e outros joguinhos para entreter as pessoas que por ali passam. Um ambiente muito agradável e que nos passa muita segurança.


Feirinha tradicional de Natal na famosa avenida Unter den Linden.


É uma cidade que vale a pena, eu acredito, de se conhecer em qualquer época do ano. Mas sem duvida, nunca vou esquecer do meu primeiro Natal com neve!





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Muro de Berlim - 50 anos

Ir para Berlim e não conhecer o Muro que leva seu nome é o mesmo que ir a Paris e não conhecer a Torre Eiffel.

Do muro que foi contruído em 13 de agosto de 1961 restam pouco mais de 1km de extensão, a cerca de 4km do centro de Berlim. O que restou do muro virou um memorial (East Side Gallery) e ficou conhecido no mundo inteiro após o fim da Alemanha comunista nos anos 90 com as obras de arte de diversas pessoas que deixaram o muro colorido com tons de protesto. (http://www.eastsidegallery.com/restoration.htm).
Mapa do East Side Gallery, onde o muro de Berlim está preservado. O traçado vermelho é o caminho original do Muro.
Era 23 de dezembro de 2010, pegamos o metrô na estação Senefelderplatz que era em frente ao nosso hostel, fizemos uma conexão na estação Alexanderplatz e descemos em Ostbanhof, um trajeto curto para conhecer um monumento histórico da humanidade.
Ao sairmos da estação vimos um muro colorido do outro lado da rua, só podia ser ele. Atravessamos a rua e ao ficarmos defronte ao muro senti uma energia que jamais tinha sentido em lugar algum. Uma energia pesada, triste, um ar diferente e carregado de sentimentos e sofrimentos da história das pessoas que viveram e passaram por ali.

Durante os 28 anos que o muro permaneceu dividindo a cidade e a sociedade, para atravessar de um lado ao outro da cidade não era tão simples assim. Cada país era responsável por uma área de Berlim e para um cidadão entrar em um desses setores haviam checkpoints especificos para cruzar o Muro. Além disso a pessoa tinha que ter um visto de autorização para entrar no setor desejado. França, Reino Unido e Estados Unidos eram "donos" do lado ocidental da cidade e do lado leste do Muro, a União Soviética que mandava.

Meu passaporte carimbado com réplicas de carimbos que as pessoas precisavam na época do Muro de Berlim para entrar no setor de cada país.
Réplica de visto de autorização para travessia férrea em Berlim.
Não, eu não sou um colecionador de carimbos e nem vivi em Berlim na época do Muro, explico...
Em frente ao Portão de Brandemburgo (ainda vou escrever sobre ele!), tinha um rapaz super simpático vestido de militar com uma bancada, vários cartões-postais e carimbos. Me aproximei e fiquei observando o que ele fazia. Perguntei a ele em inglês e de uma forma muito descontraída ele contou (também em inglês) que ali em frente ao Portão havia um checkpoint do Muro de Berlim e as pessoas precisavam desses carimbos para atravessarem de um setor ao outro, ele então pediu meu passaporte, viu que eu era brasileiro e perguntou: "Como você está?". Respondi: "Estou bem!". Ele então carimbou meu passaporte com os "vistos" e disse: "Está liberado!". Sim, ele disse tudo isso em português!!!


A todos que forem a Berlim não esqueçam de visitar o Muro; a todos que moram em Berlim, obrigado por preservarem parte da história e cultura da humanidade; a todos que viveram a época do Muro em Berlim, parabéns pela coragem, fé e força que tiveram para reconstruir um país.





terça-feira, 2 de agosto de 2011

Férias: pra onde ir?

Sempre que me perguntam isso costumo responder: "depende do seu objetivo!!!".

Penso dessa forma mesmo, se a pessoa gosta de calor, não adianta ir pro frio; se gosta de se divertir e dar risadas, não adianta ir em museus e igrejas; se é uma pessoa pacata, não adianta ir se aventurar. Seguindo esta linha de raciocinio, já é possível eliminar diversos destinos de acordo com seu perfil.

Depois de identificado seu perfil de turista, o próximo passo seria separar uma lista dos destinos pretendidos, obviamente seria uma lista imensa, mas para restringir a algumas opções, esta lista deve ser feita já pensando no custo de cada destino e tempo de viagem.

Se a pessoa pretende viajar por 1 semana e não quer gastar muito, mas gosta de praia, não tem sentido ir para as Ilhas Fiji, já que é um destino caro e a viagem é longa.

Depois de refinada a lista de destinos preferidos, deve ser levantada a seguinte questão: a viagem será daqui a quanto tempo? Digo isto pois dependendo do destino escolhido, o turista deve atentar-se a alguns pré-requisitos importantes, ou seja, se terá tempo suficiente para resolvê-los até a viagem:

-Visto de turista -> o processo para retirada do visto americano costuma demorar em torno de 5 meses em SP, por exemplo;
-Planejamento da viagem -> se você vai para o exterior e é a sua primeira viagem internacional, o ideal é estudar e planejar bastante o roteiro com antecedência;
-Gastos durante a viagem -> gastos com comida, transporte, passeios, "muambas", souvernirs, tudo isso deve ser levado em conta, ou seja, se você terá tempo suficiente para levantar essa grana (melhor ainda se já tiver guardado ;-) );

E para finalizar, a parte que costumo considerar como a "mais gostosa" de uma viagem: planejar o roteiro. Claro que o melhor é estar lá, curtir a viagem enquanto está acontecendo, mas penso que a ansiedade pré-viagem que se cria, a sensação de estar planejando um sonho que irá se realizar, o prazer de ver fotos e ler sobre lugares que você irá conhecer pessoalmente, enfim, esses preparativos são muito importantes para que a viagem aconteça com sucesso e muito legal de se curtir também.

Tenho certeza que a maioria das pessoas ou discorda do que escrevi ou mudaria muitas partes, mas meu objetivo é divulgar a importância do planejamento de uma viagem, desde a escolha do destino até seu inicio.

Boas férias e boa viagem a todos!!!